domingo, 24 de outubro de 2010

Balanço da greve dos bancários!

2º TURNO TRAS UM DOS MELHORES ACORDOS SALARIAIS DOS ÚLTIMOS ANOS, MAS DESNUDA A PAUTA REBAIXADA E A FALTA DE ESTRATÉGIA DO SINDICATO E DA CONTRA/CUT E DESMASCARA A FARSA DA MESA ÚNICA.

A campanha salarial dos Bancários, que está se encerrando, foi marcada pela conjuntura eleitoral. A pauta rebaixada proposta pela CONTRAF/CUT, de reajuste de 11% e a Mesa Única, que livra o governo da responsabilidade de responder a campanha, anunciava o velho atrelamento das entidades ao governo e prometia uma campanha fria para se fechar com 6% de reajuste. Tanto é assim que a CONTRAF/CUT fez votar em todos os fóruns anteriores a campanha salarial, como a conferencia nacional e os congressos do Banco do Brasil e da CEF o apoio a sua candidata.
Protelou-se a GREVE para o fim de setembro, poucos dias antes do 1º turno. A regra era não atrapalhar as eleições e impedir que a categoria, por conta das eleições arrancasse um acordo que pudesse prejudicar os Banqueiros. Mas nem tudo deu certo. As eleições presidenciais não se resolveram no 1º turno e no novo contexto do segundo turno permitia um acordo salarial sem precedentes, pois não seria nada bom para a candidata do governo uma greve nos Bancos Federais, tão comentados na Propaganda eleitoral. De fato, a CEF e BB são tema de proposta de ambos os candidatos a presidência, embora saibamos que se não lutarmos pouca coisa vai mudar para melhor.       
A categoria Bancária está de parabéns, pois demonstrou mais uma vez que não foge a luta. Por outro lado, perdemos, por conta da política de atrelamento das entidades ao governo, uma oportunidade de alcançar um reajuste histórico. Se tivéssemos construído uma caravana à Brasília e solicitado negociações formais entre os Bancos Federais e o Ministério do Planejamento, teríamos trazido o governo para centro da questão e em virtude das eleições alcançado um acordo muito superior ao que conseguimos.
Basta ver que a maioria dos Bancos alcançou um reajuste superior à pauta de reivindicações. Como é possível uma categoria conseguir um reajuste maior que aquele que pediu? Primeiro que isso prova o que a oposição vem falando ao longo dos anos: estamos pedindo pouco. Segundo o governo teve que entrar em cena para evitar desdobramentos políticos da GREVE nas eleições e terceiro tudo isso desmontou a farsa da Mesa Única da FENABAN. Na própria mesa da FENABAN houve desentendimentos entre os Bancos Federais, loucos para por fim à GREVE e o Bradesco e Itaú, que estavam, com o perdão da palavra “cagando” para o movimento, pois não existe, e isso é um problema, GREVE nos Bancos Privados.
O BRB alcançou reajuste maior que a FENABAN, o BB e a CEF também, provando que os Bancos Públicos podem conceder mais e não o fazem porque o movimento sindical bancário é controlado, pelego, governista, a CONTRAF/CUT prefere defender o governo aos trabalhadores Bancários. Tudo bem que queiram defender o governo, então têm que deixem o movimento bancário e tornarem-se membros do governo.
O Governo Já conta com muitas instituições para a sua defesa, nós só contamos com nossas entidades, se eles começam a defender o governo então ficamos completamente sem representação.  Chegamos à conclusão que a única forma de alcançar nossas reivindicações é construir lideranças comprometidas com a luta dos Bancários. 

A categoria bancária merece lideranças melhores!

A GREVE NO PARÁ.

    Dois fatores marcaram a GREVE no Estado do Pará. A força da categoria EM MOVIMENTO e a postura da nova diretoria do Sindicato. Os trabalhadores Bancários provaram mais uma vez sua capacidade de Luta, mas a nova diretoria do sindicato mais uma vez não investiu na greve, não estruturou os piquetes, não foi capaz de realizar grandes atividades. Os dois maiores fatos da GREVE, o Piquete no BANPARÁ e o ATO do BASA foram propostos pela Oposição. E no caso do BANPARÀ o Sindicato simplesmente virou as costas para categoria.
    A GREVE no Pará também foi marcada pelo autoritarismo e completa falta de democracia da Nova Diretoria do sindicato. Encerramento de assembléia a toque de caixa com diretor apagando as luzes do auditório, o fechamento dos portões do sindicato aos trabalhadores do BANPARÁ e, o que é mais grave, a Diretoria do SINDICATO está se especializando de calar a palavra daqueles que tem uma opinião diferente.
    Nessa campanha salarial os membros da oposição bancário foram por várias vezes impedidos de usar a fala nas Assembléias. A oposição bancária, por outro lado, esteve em todos os dias na GREVE, construiu os piquetes, mobilizou trabalhadores, ajudou a esclarecer os pontos da negociação. Mas mesmo construindo a Unidade da GREVE na base a oposição bancária teve sua voz calada pela Diretoria do Sindicato.
    Enquanto os novos diretores aprendem a ser autoritários e antidemocráticos os ex-presidente do Sindicato sumiu da campanha salarial e priorizou completamente a eleição de sua candidata ao governo do Estado. Se o ex-presidente do Sindicato esta liberado pelo Sindicato para campanha não sabemos, mas se for assim estamos diante de um fato muito grave.
    Já vivemos uma fase assim na gestão do Levi à frente do sindicato, esperamos sinceramente que esse tempo não volte.         

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